terça-feira, 2 de junho de 2020

Coronavírus: poderá se tornar um vírus endêmico?


Em todo o mundo, mais de 4,2 milhões de pessoas já foram infectadas, das quais 300 mil morreram.
Os especialistas não sabem ao certo quando o contágio pode ser interrompido e agora dizem que o vírus pode nunca desaparecer.
"O coronavírus pode se tornar outro vírus endêmico em nossas comunidades e nunca desaparecer", disse Michael Ryan, diretor-executivo da OMS.
"Acho importante sermos realistas e não me parece que alguém possa prever quando a doença desaparecerá", acrescentou.

Mas o que é um vírus endêmico?
A definição pode ser encontrada no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Endêmica "refere-se à presença constante e/ou prevalência habitual de uma doença ou agente infeccioso em uma população de uma área geográfica", explica o CDC.
Eles também incluem o termo "hiperendêmico", que se refere a níveis altos e persistentes de ocorrência da doença.
Nas palavras de Rosalind Eggo, especialista em doenças infecciosas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, "a infecção endêmica está presente em uma área permanentemente, o ano todo, o tempo todo, ano após ano".
No Brasil, a dengue é um exemplo de uma doença endêmica, pois acontece em determinadas regiões todos os anos.
A existência de um vírus endêmico não deve ser confundida com a de uma epidemia ou pandemia.
Apesar do Sars-CoV-2 ter potencial para se tornar um vírus endêmico, isso não significa que seja incontrolável , disse Ryan, da OMS.
E ele mencionou o caso do HIV, o vírus que pode causar a Aids, em seu discurso.
"O HIV não desapareceu, mas encontramos uma maneira de conviver com o vírus. Encontramos tratamentos e métodos de prevenção. As pessoas não se sentem assustadas como no início e podemos garantir a vida de quem vive com o vírus", explicou ele.
O HIV é conhecido há quatro décadas e ainda não existe uma vacina para combatê-lo.
Segundo dados da OMS, até 2018 a Aids havia matado mais de 32 milhões de pessoas e cerca de 40 milhões viviam com o vírus.
Apesar de "continuar sendo um dos maiores problemas de saúde pública do mundo", diz a OMS, "a infecção pelo HIV se tornou um problema de saúde crônico suportável que permite que as pessoas que tenham o vírus levem uma vida longa e saudável".
Isso ocorre porque a medicina conseguiu desenvolver diagnósticos precoces e tratamentos paliativos. No entanto, não há cura.

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